Caros irmãos, celebramos, já na Vigília Pascal, a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Mc 16,1-7) e, assim, nosso coração irrompe em uma grande alegria. Mas qual é o motivo para nos alegrarmos tanto? Não parece que, apesar da beleza da liturgia celebrada com piedade, parece que tudo continua igual… Dizemos que Cristo ressuscitou, cantamos o “Aleluia”, mas, infelizmente, parece que o pecado e a morte não foram derrotados… Pelo contrário, muitas vezes parecem, dentro e fora de nós, mais fortes do que nunca…
Mas, aproximando-nos do Evangelho desta noite santa, entenderemos o que celebramos e, assim, o motivo de nossa alegria: “Ele ressuscitou. Não está aqui” (Mc 16,6). O corpo de Jesus não conheceu a corrupção, como disse Bento XVI, porque Ele “não estava só (…). Encontrava-Se, por assim dizer, num abraço com Aquele que é a própria vida (…). Ele era um só com a vida indestrutível”. Assim, Jesus Ressuscitado pertence a uma vida inteiramente nova e eterna. E Ele nos deu essa vida no Batismo, conforme o Apóstolo: “pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6,4).
Irmãos, como não nos enchermos de esperança e assim nos alegrarmos porque nela fomos salvos? Sim, nossa alegria vem da esperança! Visto que “É importante saber: eu posso sempre continuar a esperar, ainda que pela minha vida ou pelo momento histórico que estou a viver aparentemente não tenha mais qualquer motivo para esperar. Só a grande esperança-certeza de que, não obstante todos os fracassos, a minha vida pessoal e a história no seu conjunto estão conservadas no poder indestrutível do Amor e, graças a isso e por isso, possuem sentido e importância, só uma tal esperança pode, naquele caso, dar ainda a coragem de agir e de continuar” (Bento XVI, Spe Salvi 35).
Que a Virgem Mãe de Deus, esperança nossa, nos ajude a vivermos na alegria que vem da fé, da esperança e da caridade!