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“TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA CONSTRUIREI A MINHA IGREJA” (Mt 16,18) – Por Luiz Guilherme Andrade Menossi.

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Olá, queridos amigos do CommunioSCJ. Sejam bem vindos.

Enquanto refletíamos, nas semanas anteriores, sobre a Pessoa Divina do Espírito Santo, pudemos perceber que sua principal missão é a de “uni-los [os homens] a Cristo e fazê-los viver nele” [1]. Convém ressaltar agora, amparados pelo Catecismo, que o local onde nos tornamos um com o Cristo é precisamente a Ícone - VideiraIgreja. Vários são os símbolos utilizados para expressar a riqueza da Igreja no Novo Testamento. Dentre eles encontra-se a figura da videira, símbolo que alude claramente para íntima união entre Cristo e os seus:

“Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,4-5).

Eis o maravilhoso mistério: permanecendo em Cristo, na Igreja, Ele permanece também em nós, somos ligados por um vínculo místico. Justamente por isso, a Igreja, tão perseguida e insultada atualmente, não pode diminuir de valor aos olhos daqueles que têm fé. Ela não é instituição meramente humana: “está na história, mas ao mesmo tempo a transcende” [2]. Abarca todo o povo de Deus que vive na terra, mas também as almas dos santos, a Virgem Maria e os anjos, todos unidos a Cristo, pela ação do Espírito Santo.

A Igreja é, assim, a realização do sonho de Deus para o ser humano: que e o homem possa compartilhar de sua perfeição. Não por acaso, os primeiros cristãos ousavam afirmar que “o mundo foi criado em vista da Igreja” [3]. Quando Cristo se faz homem, Ele assim procede para cumprir o projeto de amor do Pai, inaugurando o Reino dos Céus aqui na terra. E “a Igreja é o Reino de Cristo já misteriosamente presente” [4].

A verdade de fé sobre a Igreja é tão importante que impele G. K. Chesterton, filósofo convertido ao catolicismo, a escrever que “o cristianismo não é uma Nossa Senhora Mãe da Igrejareligião, é uma Igreja” [5]. Mais bela ainda, porém, é a fórmula proposta por São Clemente de Alexandra para explicar o mistério da Igreja: “Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, assim também sua intenção é a salvação e se chama Igreja” [6].

E se alguém por ventura nos perguntar que Igreja é essa, onde somos inseridos em Cristo, pela ação do Espírito Santo, para gozarmos por toda a eternidade do amor de Deus Pai? Aí poderemos dizer que é a Igreja que foi “admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na antiga aliança. Foi fundada nos últimos tempos. Foi manifestada pela efusão do Espírito. E no fim dos tempos será gloriosamente consumada” [7]. A Igreja que o mundo começou a conhecer quando os Apóstolos saíram a pregar após o Pentecostes (cf. At 2,1-17). A Igreja fundada por Jesus, deixada aos cuidados dos Doze, chefiados por São Pedro, conforme as próprias palavras do Senhor: “Por isso eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças da morte não poderão vencê-la” (Mt 16,18).

Que a festa do Corpo de Cristo que celebramos nesta semana nos ajude a aumentar o nosso vínculo com a Igreja. Que através dessa comunhão ainda imperfeita possamos um dia, com a Graça de Deus, contemplar sua Sagrada Face em companhia da Santíssima Virgem Maria, de todos os santos e de todos os anjos.

Uma abençoada semana a todos!

 

 

[1] CEC (Catecismo da Igreja Católica), n. 690.

[2] CEC, n. 770.

[3] CEC, n. 760.

[4] CEC, n. 763.

[5] CHESTERTON, G. K. Todos os Caminhos levam a Roma. São Paulo: Oratório, 2012, p. 57.

[6] CEC, n. 760.

[7] CEC, n. 759.

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA – Por Fabiana Theodoro.

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Olá, como é bom estarmos juntos refletindo sobre o que a Igreja Católica acredita e professa, e o quão preciosos são seus ensinamentos para nós cristãos. Ensinamentos esses, vindos do próprio Cristo.

A Igreja Católica traz em si riquezas insondáveis, preserva há dois mil anos tudo o que o Mestre ensinou aos discípulos durante a sua vida terrena, após a sua Ressurreição e ainda aprende sob a luz do Espírito Santo, sem o qual, com certeza, a Igreja já teria perecido.

Quantas dificuldades e ataques a nossa Igreja têm sofrido desde a vinda do Santo InacioMestre até os dias de hoje! O povo que creu em Jesus, no início do Cristianismo, quando os cristãos não eram chamados assim ainda, sofreu demais. Eles ouviram a revelação da vontade de Deus pela boca do seu próprio Filho e não tinham como conter essa verdade somente para si. Receberam junto dessa revelação a missão de evangelizar até os confins da terra.

Porém, os líderes religiosos e políticos da época não aceitavam que, mesmo depois de morto, Jesus ainda exercesse tanta influência sobre o povo e a solução que encontraram era eliminar todos os propagadores da sua mensagem.

Depois, com o incêndio da cidade de Roma no século I, do qual Nero foi o responsável, mas culpou os cristãos, iniciou uma sangrenta perseguição por parte também dos pagãos. A Eucaristia era celebrada nas catacumbas às escondidas, e muitos morreram mártires por não negaram a fé.

Muitos foram os perseguidores, mas a Igreja sobreviveu graças à ação do Espírito Santo, o mesmo que fez com que Pedro, Paulo, os apóstolos, os Santos Padres e os mártires evangelizassem mesmo sob o risco de morte, colocando sua fé e confiança totalmente em Deus e na promessa de Jesus de permanecer junto à sua Praça de S. PedroIgreja até o fim. Eles renunciaram à própria vida para que nós conhecêssemos a Palavra de Deus, o Seu amor e Sua Misericórdia. A Igreja é a antecipação da glória que há de vir com a eternidade, é a realização já aqui na terra da comunhão sonhada por Deus com os homens e entre os homens. Por isso, não é possível alcançar a Salvação sozinho, é em Comunidade que santificamos uns ao outros, no amor, na caridade, na paciência e no perdão.

A palavra “Igreja” (ekklésia, do grego “ekkaléin”) significa “convocação” e designa Assembleias do povo, geralmente de caráter religioso. Ao denominar-se Igreja, os que criam em Jesus se reconheceram herdeiros dessa Assembleia que já existia no Antigo Testamento. O termo “kiriaka”, do qual tem origem a palavra “Church” significa a que pertence ao Senhor [1].

A Igreja nasceu da doação plena de Jesus em prol da nossa Salvação, antecipada na instituição da Eucaristia e realizada na cruz. “O começo e o crescimento da Igreja são exprimidos pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado” [2].

A Igreja mistura em si a realidade material, visível e a realidade espiritual. Ela é terrestre e celeste, a assembleia visível e a comunidade espiritual, unindo-se o divino com o humano. A Igreja é ativa, mas também contemplativa; visível, porém invisível. A Igreja é, nas mãos de Jesus, instrumento de Redenção para os homens. Por isso, mais uma vez, precisamos estar na Igreja, porque é nela que se cumpre a união com Cristo. Ela é como diz São Paulo, o “corpo de Cristo” e mesmo com suas dificuldades, a Igreja está edificada sobre a rocha e nos conduz de forma segura a Jesus.

Sejamos firmes nas tribulações, pois o Senhor caminha conosco.

Boa semana a todos!

 

 

Cf. CEC 748-780.

[1] CEC 751.

[2] CEC 766.

A VINDA DO ESPÍRITO SANTO NÃO CESSA – Por Fr. Lucas, scj.

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Vivat Cor Iesu,

Per Cor Mariae!

 

Caros irmãos e irmãs, sejam mais uma vez bem vindos ao CommunioSCJ! Continuamos nossa reflexão acerca da profissão de fé católica, orientados pelo Catecismo, para vivermos bem o Ano da Fé. E, providencialmente, no reinício do Tempo Comum, quando a Liturgia da Santa Mãe Igreja nos propõe as solenidades de Pentecostes (como encerramento do Tempo Pascal) e da Santíssima Trindade, estamos debruçados sobre o Espírito Santo.

Acerca do dia de Pentecostes, diz o Catecismo: “por sua vinda – e ela não cessa –, Ícone - Pentecosteso Espírito Santo faz o mundo entrar nos ‘últimos tempos’, o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado” [1]. Caros irmãos e irmãs, nesta frase há uma verdade sobre a qual eu nunca tinha me detido com afinco, mas que há algumas semanas me tem feito refletir um bocado: a vinda do Espírito Santo nunca cessa.

Não, meus caros, a vinda do Espírito Santo não aconteceu simplesmente: ela acontece agora. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, derramado sobre a Igreja não é um fato passado: é atual e real. Aí se entende porque Ele é chamado de Alma da Igreja, visto que é Ele quem dá vida à Igreja – e nunca cessa de fazê-lo. Em outras palavras, como nos tem lembrado o Santo Padre, o Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, sem o Espírito a Igreja perde sua identidade e torna-se uma ONG, até capaz de filantropia, mas sem a verdadeira caridade.

Enfim, é o Espírito Santo, que não cessa de vir à Igreja, que prepara a humanidade Ícone - Pentecostespara conhecer Cristo, que nos manifesta o próprio Senhor ressuscitado e torna-nos presente seu mistério. É Ele, ainda que nos coloca em comunhão com Deus de modo que produzamos fruto [2]. Ou seja, é no Espírito que, por Jesus, entramos em comunhão com a Trindade.

Então, chegamos a um ponto que não pode ser esquecido e que o Santo Padre, o Papa Francisco, fez questão de lembrar justamente na Solenidade de Pentecostes: “estudar a fé é importante, mas o mais importante é o encontro com Jesus” [3]. Meus irmãos, a teoria de nada adianta. Conhecer toda a doutrina, embora seja importante, tem pouco valor se não nos leva a encontrar Jesus no Espírito e, por Ele, chegarmos à comunhão com o Pai.

Pois é justamente isso que nos faz verdadeiros cristãos: encontrarmo-nos com Cristo. Já dizia o Santo Padre, o Papa emérito Bento XVI que “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” [4]. E é justamente deste encontro que brota a alegria que transforma a vida de quem crê.

Também eu, junto com Bento XVI, “queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão, de ser amado por Deus, que entregou o Seu Filho por nós” [5]. Que o Espírito Santo encontre em nós corações abertos à Sua ação, como outrora encontrou um coração inigualavelmente dócil na Santíssima Virgem Maria.

Um fraterno abraço a todos, até a próxima!

 

 

[1] Catecismo da Igreja Católica (CEC) 732.

[2] Cf. CEC 737.

[3] FRANCISCO. Vigília de Pentecostes: tocar no corpo do pobre é tocar o corpo de Cristo. Disponível em: <http://pt.radiovaticana.va/news/2013/05/19/vigília_de_pentecostes:_tocar_no_corpo_do_pobre_é_tocar_no_corpo_d/bra-693522>.

[4] BENTO XVI. Deus caritas est, n. 1. Disponível em: <http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20051225_deus-caritas-est_po.html>.

[5] BENTO XVI. Seu último post no twitter. Disponível em: <http://www.comshalom.org/noticias/exibir_especial_papa.php?not_id=7474>.

CREIO NO ESPÍRITO SANTO – Por Fabiana Theodoro.

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Amigos sejam bem vindos!

Já refletimos sobre o Pai e sobre o Filho, nesta semana, começaremos a refletir sobre a Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo e para isso recomendamos a leitura do Capítulo Terceiro da Profissão de Fé do Catecismo para um maior aprofundamento do tema.

O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento Pentecostes_03para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino [1].

A nossa fé só é possível graças ao Espírito Santo, sem ele, não seríamos capazes de ter Jesus como o Senhor de nossas vidas. Foi graças ao Espírito que os apóstolos puderam seguir em frente com alegria, após a morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus. O Espírito permaneceu entre eles animando-os no caminho árduo e necessário para o cumprimento da missão de levar Jesus aos que ainda não o conheciam.

Deus Pai, Filho e o Espírito Santo, permanecem juntos no mistério da Santíssima Trindade desde sempre, porém, cada momento da História foi marcado de modo especial pela ação de cada um deles:

O Antigo Testamento, marcado por Deus Pai, no momento da criação, nas manifestações aos profetas;

O Novo Testamento, marcado por Deus Filho, que nasceu, cresceu, ensinou, sofreu, morreu, ressuscitou, ascendeu ao céu e nos reconciliou com Deus Pai, restaurando a Eterna Aliança rompida pelo pecado de Adão;

E agora, o Deus Espírito Santo é quem caminha com a Igreja, consolando-a, animando e defendendo-a. É o sopro do Espírito que move, sustenta e renova a Igreja por quase dois mil anos, sem que ela se desvie dos desígnios de Deus.

O Espírito Santo fez parte do projeto de Salvação desde a concepção de Jesus até Pentecostes_04sua Ascensão, porém, já estava presente antes, com o Pai e com o Filho, desde a criação do mundo, depois, inspirando os autores nas Escrituras; com a Virgem Maria na concepção de Jesus e no seu Batismo; na Transfiguração e na sua morte; na fé que não deixou os apóstolos desistirem. Sempre esteve zelando pela unidade da Igreja; está presente na Liturgia, quando revivemos no altar o sacrifício de amor do Filho ao Pai; na oração, quando o Espírito as colhe e as conduz a Deus e retorna com a Palavra e o consolo ao coração dos homens; nos sacramentos, carismas e nos ministérios que edificam a Igreja; no testemunho dos santos, onde manifesta sua santidade e continua a obra de salvação [2].

O Espírito Santo é realmente Deus, consubstancial ao Pai e ao Filho, é d’Eles inseparável, tanto na vida íntima da Trindade como no seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia o seu Verbo, envia sempre o seu Espírito: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo quem aparece, Ele que é a Imagem visível de Deus invisível; mas é o Espírito Santo quem O revela [3]. Deus ama o Filho, o Filho ama o Pai e o Espírito é o amor que transborda entre os dois.

Após a volta do Filho ao Pai, o Espírito é enviado a todos os corações que creem. É este que infunde nos corações a certeza da natureza divina de Jesus, que por sua Encarnação, tornou-nos filhos adotivos, e cabe aos filhos por adoção, a missão de transbordar o amor comunicado pelo Pai por meio de Jesus a nós, e por meio deste amor promover a união de todos em Cristo.

O sopro do Espírito paira sobre todos, pois é livre, leva aos que se abrem à sua ação o amor e a voz do Pai e do Filho. Para ouvi-los é necessário estar atento à brisa suave [4], pois é no silêncio que Deus nos fala. Saibamos calar-nos e aquietar-nos para ouvir o Espírito de Deus, aquele que nos aconselha e nos livra do mal.

 

 

CEC 687-716.

[1] CEC 691.

[2] CEC 688.

[3] CEC 689.

[4] 1Reis 19.

“SEREIS BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO” (At 1,5) – Por Luiz Guilherme Andrade Menossi.

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Olá, amigos. Sejam mais uma vez bem-vindos ao CommunioSCJ.

Há algum tempo que, tomando como base o nosso Credo, temos voltado nossa atenção para os principais artigos de nossa fé. Neste percurso, já meditamos extensamente as Pessoas Trinitárias do Pai e do Filho. Agora, na iminência da festa de Pentecostes, nos voltamos para a terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, que “com o Pai e o Filho é adorado e glorificado” [1].

E de início notamos um fato curioso: embora o Espírito Santo seja a Pessoa Divina que se faz mais próxima a nós, é também aquela sobre a qual menos conhecemos. Ícone - PentecostesSe o Antigo Testamento nos apresenta o Pai e o Novo Testamento nos anuncia o Filho, só nesses últimos tempos o “Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si mesmo” [2]. Se a nossa experiência humana nos permite distinguir entre o que significa ser Pai e Filho, “Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas Divinas” [3].

Essa falta de conhecimento acerca do Espírito Santo é explicada à luz de sua própria missão. Pois Ele não vem para falar de si mesmo, mas para revelar o Pai e o Filho. Sendo o Sopro que dá origem a toda criatura, Ele está presente desde a criação do mundo. Através dos profetas e da Lei, Ele está presente em toda a história da salvação e concede ao povo eleito conhecer o Pai. É também Ele que começa a preparar a vinda do Messias e a realiza no seio imaculado da Virgem Maria. Sua importância é tamanha que leva Santo Irineu a afirmar que “sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho ninguém pode aproximar-se do Pai” [4].

Sem o auxílio do Espírito Santo, milagre nenhum, reflexão nenhuma, nem mesmo as Sagradas Escrituras podem nos levar ao conhecimento verdadeiro do Pai e do Filho. Como diz o Apóstolo: “Ninguém será capaz de dizer ‘Jesus é o Senhor’, a não Espírito Santo - Vaticanoser sob a influência do Espírito Santo” (1 Cor 12,3). E ainda: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Abbá, Pai!” (Gl 4,6). Assim, para que possamos conhecer a Verdade, o Espírito Santo se faz presente em vários lugares: nas Escrituras, na Tradição, no Magistério, nos Sacramentos, na oração, nos carismas, nas inspirações diárias, nos testemunhos dos santos.

Como já refletimos em outras oportunidades, toda a Trindade executa uma única obra de Redenção. Cada uma das Pessoas Divinas, entretanto, possui uma missão específica nessa obra grandiosa. “A missão conjunta se desdobrará então nos filhos adotados pelo Pai no Corpo de seu Filho: a missão do Espírito de adoção será uni-los a Cristo e fazê-los viver nele” [5]. Jesus Cristo prometeu: “sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1, 5). E essa não é uma promessa qualquer, pois sem o Espírito não podemos nos unir a Cristo. Em outras palavras, sem o Espírito Santo não há redenção.

E a Igreja é o lugar da redenção. É nela que, pela ação do Espírito de Deus, somos unidos a Jesus Cristo, a fim de sermos acolhidos pelo Pai. Na Igreja somos um só Corpo porque temos um só Espírito, o Espírito Santo. Sem Ele, a Igreja se desmancha do mesmo modo que nossos corpos se decompõem quando são separados de nossas almas.

A nós cabe, portanto, dar abertura ao Espírito para que Ele realize “todo o processo indispensável para percorrermos o caminho de união com Deus, caminho que compreende, quer elementos atrativos, quer elementos purificadores, ou seja, elementos de nosso despojamento” [6]. Ao nos despojarmos de nós mesmos e do mundo que nos cerca, abrimos espaço para um relacionamento com o Senhor, somos enxertados naquele que é nossa verdadeira salvação.

Que a Santíssima Virgem Maria, que foi tão íntima do Espírito Santo, nos auxilie a experimentar seus dons e sua ação redentora na festa de Pentecostes que se aproxima.

Um grande abraço a todos!

 

 

[1] Trecho do símbolo niceno-constantinopolitano.

[2] CEC (Catecismo da Igreja Católica), n. 684.

[3] CEC, n. 691.

[4] CEC, n. 683.

[5] CEC, n. 690.

[6] DAJCZER, T. Meditações sobre a fé. São Paulo: Palavra e Prece, 2007, p. 174.

A ALEGRIA DO CRISTÃO É SABER QUE JESUS PERMANECE ENTRE NÓS – Por Fabiana Theodoro.

1 Comentário

Olá, amigos!

Nesta semana, refletiremos juntos sobre o Artigo Seis da nossa Profissão de Fé: “Jesus subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai”.

Antes de sua ascensão, Jesus passou quarenta dias com os apóstolos, comendo com eles, ensinando-lhes sobre o Reino dos Céus, fortalecendo lhes na fé para que, depois de sua partida, pudessem testemunhar fielmente os acontecimentos da vida, morte e ressurreição de Cristo.

É impressionante como Deus envolve o homem no seu processo de Salvação. Jesus Ícone - Ascensão (Pskov Pechery)podia ter escapado da cruz, ido Ele mesmo até os confins da terra e evangelizado ou ter assumido o reino de Israel, como era a esperança dos judeus, mas não, Ele não fez nada disso, preferiu ensinar aos mais simples, para que eles, mesmo na sua limitação humana, transmitissem a fé recebida do Mestre.

Quando Jesus senta-se à direita do Pai, inaugura o Reino do Messias, recebe toda honra e toda glória devida ao Filho de Deus, e por consequência, torna os apóstolos testemunhas do Reino que não terá fim, confirmando a visão do profeta Daniel (Dn 7,14) ao referir-se ao Filho do Homem: “a Ele foram outorgados o império, a honra, e o reino e todos os povos, nações e línguas o servirão” [1].

Jesus ascende aos céus e ocupa o lugar que sempre foi seu, e leva consigo todos os que acreditam, se arrependem e se convertem a Deus. Ele é a cabeça da Igreja e congrega em Si mesmo o seu corpo, que somos nós, [2] para assim podermos ter a esperança de também, um dia, alcançá-lo. A sua obediência abriu para nós as portas que Adão, por sua desobediência havia fechado e se nos embrenharmos na essência da nossa existência cristã, podemos tocar o Ressuscitado [3], que não está em outra parte do universo, mas sim muito próximo de nós, por isso, os apóstolos ao vê-lo partir, não foram tomados pela tristeza, mas sim, por grande alegria pelo cumprimento da promessa de caminhar com eles até o fim, assunto do qual nos fala a respeito, Santo Agostinho:

“Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com Ele nosso coração. Ouçamos o que nos diz o Apóstolo: Se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à destra de Deus. Ponde vosso coração nas coisas do céu, não nas da terra. Pois, do mesmo modo que ele sofreu sem por isso Ícone - Ascensãoafastar-se de nós, assim também nós estamos já com ele, embora ainda não se tenha realizado em nosso corpo o que nos foi prometido.

Ele foi elevado ao mais alto dos céus; entretanto, continua sofrendo na terra através das fadigas que experimentam seus membros. Assim o testificou com aquela voz vinda do céu: Saulo, Saulo, por que me persegues? E também: Tive fome e me destes de comer. Por que não trabalhamos nós também aqui na terra, de maneira que, pela fé, a esperança e a caridade que nos unem a Ele, descansemos já com Ele nos céus? Ele está ali, mas continua estando conosco; nós, estando aqui, estamos também com ele. Ele está conosco por sua divindade, por seu poder, por seu amor; nós, embora não possamos realizar isto como Ele pela divindade, podemos pelo amor a Ele” [4].

A promessa do Senhor está cumprida. Ele está junto de nós haja o que houver e jamais nos deixará, quer nos receber em seus braços para a vida plena em Deus, onde não haverá mais lágrimas, sofrimentos ou dor. Mas enquanto não é chegada a hora, busquemos ser fiéis aos seus ensinamentos, amemos uns aos outros e cultivemos nossa intimidade com o Senhor através da oração, para que possamos compartilhar da alegria de saber que Jesus está no meio de nós.

Boa semana a todos!

 

 

Catecismo da Igreja Católica (CEC), n. 659-667 (Credo, 2ª Parte, Artigo 6).

[1] CEC 664

[2] CEC 660 e 661

[3] RATZINGER, J. Jesus de Nazaré – Da entrada em Jerusalém até a Ressureição. São Paulo: Planeta, 2011, p. 23.

[4] Dos Sermões de Santo Agostinho, (Sermão Mai 98, Sobr la Ascensão ol Senhor, 1-2; PLS 2, 494-495), disponível em: <http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/ascensao/02.htm>.

“QUANDO EU FOR ELEVADO DA TERRA, ATRAIREI TODOS A MIM” (Jo 12, 31) – Por Luiz Guilherme Andrade Menossi.

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Sejam novamente bem vindos, amigos do CommunioSCJ. Com a Graça de Deus, continuamos a aprofundar o nosso conhecimento acerca de nossa fé.

No momento em que já vivemos metade do Ano da Fé promulgado pelo Papa Emérito Bento XVI, chegamos também à metade do nosso Credo. Guiados, como sempre, pelo Catecismo da Igreja Católica, procuremos entender melhor o significado das palavras “subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”.

Como sabemos, depois de aparecer aos seus discípulos, Jesus Ressuscitado Ícone - Ascensão de Jesus“elevou-se a vista deles, e uma nuvem o retirou a seus olhos” (At 1,9). Mas qual é o verdadeiro significado da Ascenção de Cristo? Um olhar para a postura dos apóstolos frente a este Mistério pode nos ajudar a responder esse questionamento. O Evangelho de São Lucas nos diz que após a Ascenção, eles “voltaram para Jerusalém, com grande alegria, e estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus” (Lc 24,52-53). Ora, ao nos despedirmos de uma pessoa amada, é natural que experimentemos a tristeza. Os apóstolos, por sua vez, encontravam-se alegres. Esta constatação mostra claramente que a subida de Jesus aos Céus não consistiu em um mero afastamento, mas em uma importante ação de sua obra de Redenção.

De fato, ao voltar aos Céus, Cristo abriu uma porta que antes se encontrava fechada ao gênero humano. Após sua Ascenção podemos ter “a esperança de encontra-lo lá onde Ele, nossa cabeça e nosso princípio, nos precedeu” [1]. Mas o que seria da humanidade se Jesus, após abrir a porta dos Céus, tivesse-a abandonado à própria sorte? Embora esteja aberta, ela é uma “porta estreita” (Mt 7,13). Como atravessá-la sem o auxílio de nosso Salvador?

A alegria dos apóstolos testemunha a realidade de que Cristo, na verdade, “não Ícone - Trindade‘partiu’, mas, em virtude do próprio poder de Deus, está agora presente junto de nós e para nós” [2]. Diante da aparente separação, tanto na cruz, quanto na ascensão, ecoam as palavras de Jesus: “quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,31). Pois após ser elevado, Jesus “sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19). E isso não significa que Ele tenha se dirigido para um lugar. Estar “à direita do Pai” é um dado teológico e não geográfico: mostra sua “entrada no mistério de Deus” [3]. “Agora, já não se encontra em um lugar concreto do mundo, como antes da ascensão; no seu poder, que supera todo e qualquer espaço, está presente junto de todos, podendo ser invocado por todos, através da história inteira, e em todos os lugares” [4].

Assim, a alegria dos apóstolos acaba por se transformar na nossa alegria. Pois ao rezarmos este trecho de nosso Credo, saímos do passado e nos deparamos com o presente: Jesus Cristo está ao nosso lado! Embora esperemos sua vinda futura para “julgar os vivos e os mortos”, Ele vem a cada momento e nos atrai, transforma e redime no tempo presente. É a tríplice vinda do Senhor, à qual alude São Bernardo de Claraval:

“Conhecemos uma tríplice vinda do Senhor. Entre a primeira e a última, há uma vinda intermediária (…). Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de sua graça; na última virá com todo o esplendor de sua glória” [5].

Quanto a nós, enquanto aguardamos a vinda definitiva, onde Cristo voltará em sua glória para instaurar o seu reino de justiça e paz de uma vez por todas, podemos nos consolar com sua vinda intermediária que se dá na oração e nos sacramentos. Cientes de que seguindo o Jesus, devemos passar por muitas provações, nos resta confiarmo-nos a este Senhor que permanece ao nosso lado. Cheios de fé e esperança, em meio a esse turbilhão de provações e consolações, podemos e devemos bradar com voz forte: “Vem, Senhor!” (Ap 22,20).

Um grande abraço a todos!

 

 

[1] CEC (Catecismo da Igreja Católica), n. 661.

[2] RATZINGER, J. Jesus de Nazaré – Da entrada em Jerusalém até a Ressureição. São Paulo: Planeta, 2011, p. 253.

[3] Ibidem.

[4] Ibidem, p. 254.

[5] Ibidem, p. 259.

JESUS CRISTO “RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA, SEGUNDO AS ESCRITURAS” (1Cor 15,4) – Por Fr. Lucas, scj.

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Caros irmãos e irmãs, sejam, como sempre, muito bem vindos ao CommunioSCJ! Continuamos refletindo sobre nossa fé a partir do Catecismo da Igreja Católica, como propôs o Santo Padre, o Papa emérito Bento XVI para este Ano da Fé. Assim, chegamos, nesta semana, ao centro de nossa fé: a Ressurreição de Jesus [1] enquanto ainda celebramos o Tempo Pascal.

Há muitos elementos que poderiam ser abordados sobre este assunto. E muito já Ícone - Ressurreiçãose escreveu a este respeito. Entretanto, gostaria, aqui, de abordar rapidamente um elemento que, no meu ponto de vista, faz toda a diferença: a ressurreição de Jesus é um fato histórico e transcendente.

Com efeito, lemos, no Catecismo, que “o mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento” [2]. Tais manifestações são o túmulo vazio e as aparições do Ressuscitado aos seus. Nelas, fica claro a identidade, que há entre o corpo crucificado e o ressuscitado, embora depois da ressurreição, o corpo de Jesus se apresentasse glorificado.

Em outras palavras, Jesus saiu da morte não pela mesma porta por onde entrou [3], ou seja, não voltou à vida mortal, mas entrou na vida eterna e definitiva glorificada em Deus. Parece óbvio dizer isso (e, realmente, é), mas acontece que hoje não é difícil encontrar alguém que se julgue bom cristão e, ao mesmo tempo, acredite que a Ressurreição de Cristo foi uma espécie de delírio coletivo dos Apóstolos: num dado momento, eles se olharam e disseram “Jesus está vivo, continuemos seu projeto” enquanto seu corpo se decompunha no sepulcro…

Mas, como seria possível anunciar na Jerusalém no séc. I a ressurreição de alguém Ícone - Tomé e Jesuscujo túmulo estava ali? É evidente que tal anúncio seria “absolutamente impossível se se pudesse referir o cadáver jacente no sepulcro” [4]. Que uma pessoa morra por sua própria alucinação, acho possível. Agora que outros deem a vida pela loucura de alguns, acho difícil. E que a Igreja subsista num delírio coletivo que dura 2000 anos, acho impossível.

Ora, se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé [5]. Com todo respeito, qualquer pessoa é capaz de perceber pelos textos neotestamentários que a fé dos Apóstolos estava destruída depois da Cruz e que, se algo verdadeiramente extraordinário não tivesse acontecido, a Igreja terminaria por ali mesmo. De forma que “a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um ‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos apóstolos carece de consistência” [6].

Por isso, S. Paulo, já no ano 56, testemunhava a existência de uma sólida tradição a respeito da Ressurreição do Senhor: “transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria dos quais ainda vive, enquanto alguns já adormeceram. Posteriormente, apareceu a Tiago, e, depois, a todos os apóstolos. Em último lugar, apareceu também a mim como a um abortivo” (1Cor 15,3-8).

Mas, ainda que seja um “evento histórico constatável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado, a Ressurreição nem por isso deixa de estar no cerne do mistério da fé, no que ela transcende e supera a história” [7]. Ou seja, é preciso que a fé nos socorra a fim de não cairmos num empirismo estéril.

Que a Virgem Maria, modelo de mulher de fé, interceda por nós a fim de não termos um coração endurecido à fé na Ressurreição de seu divino Filho.

Fraterno abraço a todos. Até breve!

 

 

[1] Catecismo da Igreja Católica (CEC) 638-658.

[2] CEC 639.

[3] CANTALAMESSA, Raniero. Justificados gratuitamente: por meio da fé no sangue de Cristo. Disponível em: <http://www.cantalamessa.org/?p=2219&lang=pt>.

[4] procurar citação

[5] Cf. 1Cor 15,14.

[6] CEC 644.

[7] CEC 647.

“SE CRISTO NÃO RESSUSCITOU, VÃ É A NOSSA FÉ” (1Cor 15,14) – Por Fabiana Theodoro

2 Comentários

Olá, amigos do CommunioSCJ!

Alegro-me por tê-los conosco mais uma vez refletindo sobre a nossa Profissão de Fé, à qual seguimos e espalhamos pelo mundo cumprindo a missão primeira deixada a todo cristão: “Ir e evangelizar a toda criatura” [1].

Depois que Jesus passou na Mansão dos Mortos, foram as três discípulas que constataram que o sepulcro estava vazio. No primeiro momento, houve a surpresa e a indagação: “O que fizeram ao Nosso Senhor?” As mulheres chegaram aos apóstolos e contaram do anjo que lhes apareceu e o que lhes disse e ainda houve quem duvidasse do acontecimento. Mas quando Pedro chegou ao túmulo e pôde constatar com seus próprios olhos, não teve mais dúvidas em seu coração e creu: “O Senhor vive!”.

Somente o sepulcro vazio não é uma prova concreta de que Jesus ressuscitou, porém, não foi o único sinal. Seus amigos ficaram perplexos, quando Ele lhes Ícone - Ressurreição de Jesusapareceu, quando puderam tocar Nele, e quando comeu junto deles. Eles puderam ver que não era um espírito, o Mestre estava verdadeiramente, de corpo e alma glorificados junto deles. Esses fatos nos são atestados pelos homens e mulheres que o viram, por isso creram, testemunharam a verdade e deram sua própria vida por defender a veracidade destes acontecimentos.

Enquanto Jesus vivia, os Evangelhos relatam algumas ressurreições como a da filha de Naum, a de Lázaro, a do filho da viúva, porém todas estas foram provisórias, pois eles voltaram à vida humana e mais cedo ou mais tarde morreram novamente. Jesus não. Ele ressuscitou para além da vida terrena, ressuscitou para a vida celeste, onde a morte jamais o alcançaria novamente. O homem, segundo a sua natureza, foi criado para imortalidade, mas só agora com a Ressurreição, existe o lugar, o próprio Jesus, onde a alma imortal encontra o espaço, aquela corporeidade, na qual a imortalidade recebe sentido como comunhão com Deus e com toda a humanidade reconciliada [2].

“Se Jesus não ressuscitou, vã seria nossa fé” [3]. A Ressurreição de Cristo é o elo entre o Antigo e o Novo Testamento, é a certeza de que Jesus é o Filho de Deus, feito da própria essência do Pai, na verdade, o próprio Deus. Ele é o cumprimento da promessa de Deus que os profetas anunciaram, é a nova Aliança entre Deus e os homens, a plena Salvação.

Na Ressurreição de Jesus, as três Pessoas da Santíssima Trindade agem ao mesmo Ressuscitado (Painneau)tempo. O Pai, pelo seu poder, ressuscitou seu Filho, que introduziu de modo perfeito a sua humanidade, com seu corpo, na Trindade, e por obra do Espírito Santo, vivificou a humanidade morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor [4].

Pela Ressurreição, nós somos chamados a ressuscitar com Ele, a viver uma vida nova em Cristo. Assim como Paulo que teve sua experiência em Damasco e, através dela, passou de perseguidor dos cristãos a perseguido, nós também temos nossa experiência de amor com Jesus e a partir dessa experiência, podemos deixá-lo transformar primeiramente a nossa vida e depois a vida dos outros, através de nós. Não há forma melhor de testemunhar a Ressurreição de Nosso Senhor do que através de nossa própria experiência, de nossa própria intimidade com Ele, pois assim o fizeram os primeiros cristãos. Muitos têm outras possíveis explicações racionais e plausíveis até, mas é a minha experiência com Jesus que me faz acreditar e gritar a todos: Jesus ressuscitou, aleluia!

Boa semana a todos!

 

 

Fontes:

Catecismo da Igreja Católica (CEC) 638-655.

[1] Mt 28,18.

[2] RATZINGER, J. Jesus de Nazaré – Da entrada em Jerusalém até a Ressureição. São Paulo: Planeta, 2011, p. 222.

[3] 1Cor 15,14.

[4] CEC 648.