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SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – P. Lucas, scj

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Caros irmãos, neste domingo, uma semana depois de Pentecostes, celebramos a solenidade da Santíssima Trindade que nos convida à contemplação, à adoração e à ação de graças. A liturgia propõe para nossa oração os últimos versículos do evangelho segundo S. Mateus (cf. Mt 28,16-20). Deixemo-nos tocar pelo mistério do Amor.

O autor sagrado chama nossa atenção para uma verdade fundamental dizendo: “reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima do céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele” (Dt 4,39 – primeira leitura). O Deus vivo e verdadeiro que contém o céu e a terra é um só: aquele em nome do qual fomos batizados – Pai e Filho e Espírito Santo (cf. Mt 28,19). Nós o conhecemos porque Ele veio até nós, se revelou. Reconhecemos a nossa pequenez e adoramos a Trindade onipotente, porque sabemos que em tudo lhe somos dependentes.

Mas este Deus que tudo contém não é um ser distante, inalcançável, mas um mistério de proximidade: Ele vem a nós e nos faz Suas moradas: “o próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus” (Rm 8,16). Em outras palavras, pelo Espírito Santo que se une ao nosso espírito, Jesus, o Filho, vem viver em nós e, nele, nos tornamos filhos de Deus! Como é bom saber que Deus não é uma ideia abstrata, mas um mistério de Amor perfeitíssimo que se abre para nos acolher – mais ainda, que, tendo nos criado, vem nos procurar, nos salvar, nos elevar, para que possamos viver eternamente imersos na imensidão do Seu amor! Como não agradecer por sermos alvos de um amor tão grande assim? Portanto, não permaneçamos distraídos, mas busquemos o silêncio da oração para nos encontrar com Aquele que, mais íntimo a nós que nós mesmos, habita o nosso coração e merece ser amado acima de todas as coisas. Deixemos que Ele nos transforme e testemunhemos o Seu Amor.

Divino Espírito Santo, uni-nos tão firmemente a Cristo para sejamos verdadeiros filhos de Deus – não apenas de nome, mas de fato! Ó Mãe Imaculada, ajuda-nos a dizer sim a Deus! São José, nosso protetor, rogai por nós.

Sub tuum præsidium confugimus.
sancta Dei Genitrix:
nostras deprecationes
ne despicias in necessitatibus:
sed a periculis cunctis libera nos semper,
Virgo gloriosa et benedicta.

Solenidade da Santíssima Trindade: Mt 28,16-20 – “Deus é único, mas não solitário!”

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Por Dom André Vital Félix da Silva, SCJ.

A Solenidade da Santíssima Trindade não nos favorece um momento de especulação sobre o Mistério de Deus, insondável e inefável; diante desse mistério é impossível encontrar uma palavra humana que possa explicá-lo. Professar a fé na Trindade é reconhecer, nas manifestações da história da salvação, o que Deus tem feito por nós. Quando rezamos o Credo, símbolo da nossa fé, não estamos simplesmente dizendo quem é Deus na sua verdade eterna, mas estamos proclamando o seu eterno amor revelado e realizado na nossa história através de situações bem concretas (Criação, Encarnação, Salvação). 

O evangelho de hoje não é apenas um dado escriturístico para fundamentar o Dogma Trinitário, mas é a síntese de toda a Boa Notícia de Jesus, o Messias (Ungido pelo Espírito), o Filho do Homem (Deus encarnado) e Filho de Deus (Palavra do Pai). Ele é o Emanuel, o Deus-conosco (Mt 1,23). E tal síntese não pretende fazer um discurso sobre Deus na sua essência, mas é a narração daquilo que Deus faz por nós no seu amor. Não é um Deus distante, que se perde como um conteúdo especulativo, mas se revela em Jesus, pois Nele tudo se cumpre, uma vez que: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue”. No evangelho de Mateus, autoridade (grego: exousia) está relacionada ao modo de ensinar e agir de Jesus em oposição à autoridade formal dos mestres e doutores da Lei, que não permitiam o acesso do povo às riquezas do Reino (Mt 23,13). Portanto, pelas suas ações e ensinamentos, Jesus abre a porta para se adentrar no Mistério de Deus, porque é Ele mesmo o Deus que assumiu e entrou no mistério do ser humano. 

Mateus diante da pergunta: “Quem é Jesus?”, fez uma escolha didático-teológica, isto é, à luz do Antigo Testamento, sobretudo a partir de alguns personagens e eventos importantes (Mt 1,1-17), apresentou o mistério da pessoa de Jesus como a realização plena da revelação de Deus que teve seu início no evento do Êxodo quando Moisés, diante da sarça ardente, pergunta quem Ele é e recebe a solene resposta: “Sou o que sou” (IHWH Ex 3,14). 

O evangelista, para alcançar o seu objetivo, estabelece um paralelo incontestável entre Jesus e Moisés, e emoldura todo esse conteúdo com episódios semelhantes entre os dois: Moisés ao nascer teve a sua vida ameaçada pela ordem do Faraó, que mandou matar todos os meninos (Ex 1,16s), Jesus igualmente por ordem de Herodes teve que fugir da perseguição (Mt 2,13s). Moisés passou 40 anos no deserto de Madiã se preparando para assumir a sua missão (Ex 3,1s), Jesus por 40 dias esteve no deserto se preparando para sua vida pública (Mt 4,1s). Por Moisés, os mandamentos foram entregues ao povo (Dt 5,5s), Jesus é aquele que veio levar a cumprimento toda a Lei e os Profetas (Mt 5,17). 

A perícope hodierna, que é a conclusão do evangelho de Mateus, também reforça o paralelo entre Jesus e Moisés, pois ambos finalizam a sua missão sobre um monte, incumbindo a outros a sua continuidade (Moisés a Josué Dt 34,1s; Jesus aos onze). Apesar do evidente paralelismo, Mateus agora dá um salto de superioridade entre Jesus e Moisés, pois este sobe o monte, mas não entra na terra prometida, enquanto que Jesus sobe o monte para garantir aos seus que os conduzirá à plenitude da vida. Os discípulos se prostram diante de Jesus pois o reconhecem o Senhor ressuscitado, vencedor da morte e cuja autoridade e poder lhe vêm do Pai. Por outro lado, os israelitas choraram a morte de Moisés e o sepultaram (Dt 34,8). As últimas palavras de Moisés, consideradas o seu Testamento (Dt 33), são bênçãos dadas aos filhos de Israel; no evangelho, as últimas palavras de Jesus aos onze: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos meus”, mais do que uma bênção restrita a um povo (12 tribos), é um modo de viver (discipulado) oferecido a todas as nações como caminho de salvação.

Moisés é sepultado e sua sepultura foi esquecida no tempo e nem se sabe mais onde se encontra (Dt 34,6). Jesus anuncia a participação na sua morte (o batismo cristão: morrer, ser sepultado; e ressurgir: imersão e emersão), mas na certeza da ressurreição, pois não será apenas mergulho na morte, mas em Deus que é a fonte da vida eterna: “Batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. 

Contudo, o batismo não é um rito mágico que produz uma nova realidade, mas é uma porta que conduz a um longo caminho: “ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei”. Sem o discipulado, o batizado será apenas uma planta molhada superficialmente, mas que não tem raízes na terra, logo que secar a água, ela não poderá subsistir mais. Por fim, as últimas palavras de Jesus fazem a grande revelação de quem é Deus. Se para Moisés Deus é “Aquele que é, que era e que vem”, agora nas palavras e ações de Jesus, Deus se revela como: “Eu convosco sou sempre”. Apesar de a tradução usual ser: “Estarei convosco até o fim”, no grego a construção literal (ego meth umin eimi) separa o “eu” do “sou” para colocar o “convosco” no meio. É a grande revelação do que Deus faz por nós, não quer apenas estar próximo de nós, mas assumindo a nossa condição nos colocou Nele para vivermos em comunhão com Ele, pois apesar de ser único, não é solitário.

Fonte: https://www.dehonianosbre.org.br/homilias/solenidade-da-santissima-trindade–mt-28-16-20–deus-e-unico-mas-nao-solitario-

Homilia de Pentecostes

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Por P. Paulo Ricardo.

https://padrepauloricardo.org/episodios/prepare-se-para-a-grande-perseguicao

SOLENIDADE DE PENTECOSTES (P. Lucas, scj)

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Pen

Caros irmãos, celebramos, neste domingo, a solenidade de Pentecostes que, pedagogicamente encerra o tempo pascal e nos lança no tempo comum. Na liturgia, o evangelho nos mostra a manifestação de Jesus Ressuscitado aos discípulos (cf. Jo 20,19-23). Peçamos ao Senhor o Seu Espírito e abramos nosso coração para recebê-lo.

Diz o Catecismo da Igreja Católica: “por sua vinda e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos ‘últimos tempos’, o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado” (n. 732). É muito importante que sempre nos lembremos que a vinda do Espírito não é um evento do passado, destinado às primeiras testemunhas da Ressurreição. Pelo contrário: uma vez que a Sua vinda não cessa, trata-se de um mistério contínuo que está acontecendo agora e nos toca – o Espírito Santo vem.

E Ele vem porque nós precisamos do Seu auxílio. Diz o Apóstolo: “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3b – segunda leitura). Sem o Espírito, o Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, não passa de um cadáver – uma ONG, na melhor das hipóteses. Sem o Espírito Santo não temos acesso ao perdão: a Sua presença é, de fato, condição para que não estejamos mortos espiritualmente. Enfim, sem o Espírito não temos acesso à fé, à esperança e à caridade. Se Ele não nos transforma, não seremos os santos que Deus nos chama a ser. Por isso, hoje, mais do que os outros dias é preciso rezar com insistência: vem, Espírito Santo! Enche os nossos corações! Uni-nos a Cristo! Mas que essa nossa oração não seja da boca pra fora, mas parta do nosso coração. E, por isso, não podemos impor condições: Ele é Deus com o Pai e o Filho e, portanto, somos nós quem temos que obedecer – e não o contrário. Deixemo-nos transformar por Aquele que pode nos fazer um só com Cristo.

Divino Espírito Santo, vem! Dá-nos um coração novo – um coração capaz de amar a Deus sobre todas as coisas, inclusive a nós mesmos! Uni-nos firmemente a Cristo em Deus! Dá-nos a graça de não vivermos como órfãos! Ó Virgem Imaculada, ajuda-nos a não impor condições para a ação do Espírito! São José, nosso protetor, dá-nos um coração puro.

Regina Cæli, lætare, alleluia;
Quia quem meruisti portare, alleluia;
Resurrexit, sicut dixit, alleluia;
Ora pro nobis Deum, alleluia.

Solenidade de Pentecostes: Jo 20,19-23 – Por que portas fechadas se o Lado está aberto?

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Por Dom André Vital Félix da Silva, SCJ.

Há cinquenta dias entrávamos na igreja acendendo nossas velas no Círio Pascal e proclamando a ressurreição do Crucificado, hoje na Solenidade de Pentecostes não acendemos mais nossas velas (inclusive o círio será apagado no final da celebração), mas revestidos pela Força do alto, o Espírito Santo prometido, somos “acendidos” pelas suas línguas de fogo para realizar a missão que o Senhor nos confia: “Como o Pai me enviou, também vos envio. Dizendo isso, soprou sobre eles…”. Durante todo o tempo pascal fizemos um percurso de interiorização (adentrando na Igreja, renovando a nossa consciência de batizados…) para na intimidade com o Senhor e, sobretudo ouvindo sua Palavra e repartindo o seu corpo e sangue, deixar-nos instruir por Ele em vista da missão (At 1,1: “Durante quarenta dias apareceu-lhes e lhes falou…”). Pentecostes é, portanto, o momento de escancarar as portas da Igreja e renovar o nosso compromisso missionário, como nos lembrou bem o Senhor antes de subir aos céus: “Ide por todo o mundo…” 

A perícope do evangelho de hoje apresenta os elementos fundamentais da experiência dos discípulos com o Senhor ressuscitado, que lhes concede o dom do seu Espírito e os envia em missão. Sem esta experiência, a Igreja não poderá cumprir a sua missão; talvez realize muitas obras importantes e úteis para a sociedade humana, mas não estará plenamente em sintonia com a missão que recebeu, isto é, continuar a obra de Jesus, que veio ao mundo para testemunhar o amor do Pai, que concede o dom da salvação através do perdão que realiza a reconciliação e garante a plenitude da vida e não apenas algumas realizações temporais. Para isso, a presença e atuação do Espírito Santo são imprescindíveis, pois é Ele quem ensina tudo e recorda tudo o que Jesus disse (cf. Jo 14,26).

Diante do medo e da busca de segurança: “Estando as portas fechadas onde se achavam os discípulos, Jesus coloca-se no meio deles”. Eis o ponto de partida para a comunidade em crise recuperar a sua identidade e missão: reconhecer a centralidade do Senhor morto e ressuscitado. Não podemos negar que hoje em nossos ambientes eclesiais e eclesiásticos há muita concorrência para ocupar o centro. Muitas vezes o que fazemos ou dizemos chamam muito mais a atenção para nós mesmos do que apontam para o Crucificado que está vivo. Para garantir um público que nos siga, compartilhe, se fidelize, buscamos muitas vezes lhe proporcionar um bem-estar, tranquilidade, um imediato sentir-se bem. Porém, Jesus colocando-se no meio dos discípulos não lhe garante nada disso, mas pelo contrário anuncia-lhes: “A paz esteja convosco”. Mesmo que haja a possibilidade de traduzir essa expressão com o verbo (estar), no grego não se usa o verbo (eiréne umin), portanto, não expressa apenas um desejo (esteja) mas uma realidade, ou seja, entre a paz e os destinatários dela não há distância de tempo. Destarte, a paz é o próprio Senhor que se manifesta “com os seus” e não apenas os saúda com palavras. São Paulo reafirma esta convicção: “Ele é a nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação… por meio da cruz…” (Ef 2,14-16). Por isso, Ele entra com as portas fechadas, derrubando barreiras, e mostra-lhes as mãos e o lado: uma referência clara e explícita à sua morte na cruz.

Enquanto insistirmos compulsivamente em tirar do centro da nossa vida cristã, mormente da celebração litúrgica, o Cristo assinalado com as marcas da cruz, recairemos no medo de testemunhá-lo e, por isso, faremos de tudo para manter as nossas portas fechadas, garantindo assim um sossego ilusório, mas não a verdadeira paz. Reduziremos o memorial da sua paixão, morte e ressurreição a momentos de distração, prazerosos, uma efervescência de sentimentalismo à moda da casa, mas com pouca incidência na nossa vida da experiência do encontro com Aquele que não fugiu da cruz. 

Assumir a missão exige a coragem de abrir as portas, mas isso só será possível se fixarmos o nosso olhar Naquele que tem o seu Lado aberto, ponto mais alto de sua fidelidade ao Pai que o enviou. É deste Lado aberto, o coração traspassado na cruz, que nasce a Igreja. No sangue e na água que jorraram (cf. Jo 19,34), contemplamos o Batismo e a Eucaristia, os dois sacramentos fundamentais que respectivamente gera e alimenta a Igreja. É justamente nesse momento da hora de Jesus na cruz que o Espírito é entregue, verdadeiro anúncio profético de Pentecostes (cf. Jo 19,30). Sem o dom do Espírito os discípulos do Crucificado não seriam capazes de acreditar que Ele está vivo. A experiência do encontro com o Ressuscitado no cenáculo, a casa fechada, é convite para subir o calvário, campo aberto, fora dos muros, de onde se pode enxergar o imenso e vasto campo da missão.

Fonte: https://www.dehonianosbre.org.br/homilias/solenidade-de-pentecostes–jo-20-19-23–por-que-portas-fechadas-se-o-lado-esta-aberto-

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR – Ano B (P. Lucas, scj)

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Caros irmãos, neste domingo celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor que, neste Ano B, tem como evangelho a narração deste mistério segundo S. Marcos (cf. Mc 16,15-20). Então, corações ao alto!

Antes de tudo, concentremo-nos no mistério que estamos celebrando, a Ascensão do Senhor, que o evangelista Marcos enuncia de maneira muito simples, mas completa, dizendo: “Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19). Acontecimento histórico e transcendente, a Ascensão do Senhor marca a passagem da manifestação da glória do Ressuscitado aos Seus discípulos para a Sua exaltação na glória. Por direita de Deus “entendemos a glória e a honra da divindade, onde aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos como Deus e consubstancial ao Pai se sentou corporalmente depois de encarnar-se e de sua carne ser glorificada” (Catecismo da Igreja Católica, 664). Além disso, esse mistério está intimamente ligado à Encarnação: “Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem” (Jo 3,13). Em outras palavras, ao subir aos céus Jesus Cristo retomou aquilo que é Seu, a glória de Filho Unigênito de Deus, sem deixar para trás aquilo que assumiu humilhando-se, a nossa humanidade. E, por isso, nós nos alegramos: porque n’Ele a nossa fragilidade foi exaltada de maneira extraordinária.

E é importante que tenhamos clareza sobre o mistério que estamos celebrando, para que o dom do Espírito Santo – que celebraremos no próximo domingo – desperte em nós a esperança cristã, como diz o Apóstolo na segunda leitura: “Que ele [o Espírito de sabedoria] abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá” (Ef 1,18). Sim, meus irmãos, porque não somos chamados a esperar a consumação do Reino de Deus neste mundo. Aliás, “Se temos esperança em Cristo tão-somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens” (1Cor 15,19). Mas, então, qual a nossa esperança? Esperamos em Deus neste mundo perseverar até o fim na fé católica para reinar eternamente com Ele lá onde nossa humanidade foi elevada no Senhor Jesus Cristo.

Divino Espírito Santo, vem! Enche nosso coração de esperança! Dá-nos desejar com todas as forças estar sempre com Cristo em Deus, nosso Pai! Ó Mãe Imaculada, ajuda-nos a ter o coração voltado para onde se encontram as verdadeiras alegrias! São José, nosso protetor, dá-nos a perseverança no serviço de Deus.

Regina Cæli, lætare, alleluia;
Quia quem meruisti portare, alleluia;
Resurrexit, sicut dixit, alleluia;
Ora pro nobis Deum, alleluia.

Ascensão do Senhor: Mc 16,15-20 – A missão não terminou…

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Por Dom André Vital Félix da Silva, SCJ.

Com a Ascensão do Senhor, portanto, cessa a experiência da presença sensível de Jesus em nosso meio (Cristo ‘segundo a carne’: 2Cor 5,16) e começa o tempo da presença invisível de Jesus no Espírito, através do sinal visível do seu corpo, que é a Igreja: ‘Eu já não estou no mundo; eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti’: Jo 17,11” (Cristo, Festa da Igreja, p. 395).

Na Solenidade da Ascensão do Senhor não se faz memória de uma despedida de Jesus, que se afasta dos seus, mas evidencia-se a certeza de que Ele cumpriu verdadeiramente a sua missão. Contudo, esta missão não chegou ao seu ponto final, ela continua através da vida e do testemunho da comunidade do Ressuscitado e se concretiza na obediência ao seu mandato: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda a criatura”. Tendo cumprido a sua missão com fidelidade até as últimas consequências, passando pela morte e ressureição, Jesus volta para o Pai: “foi arrebatado e sentou-se à direita do Pai”, porém está junto dos seus, “agindo com eles e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam”.

A narração da Ascensão do Senhor segundo Marcos apresenta alguns elementos importantes que não encontramos nos outros evangelistas (Mt 28,16-20; Lc 24,50-53; At 1,3-14). Antes de tudo, chama-nos a atenção a coerência apresentada pelo evangelista quando afirma a relação intrínseca que existe entre anúncio da Palavra e confirmação dessa Palavra “por meio dos sinais que a acompanhavam”. Evidentemente que, se são sinais (grego: semeia), não significam apenas prodígios extraordinários, mas apontam para uma realidade distinta deles em si mesmos. Porém, antes de elencar os sinais, Marcos sublinha: “aos que tiverem crido”. Portanto, não é o sinal em si que garante a autenticidade do anúncio, mas a fé como adesão à pessoa de Jesus e ao seu evangelho, manifestada no batismo como dom de salvação: “Quem crer e for batizado será salvo”. Os sinais não têm sentido se não acompanharem a Palavra, pois dependem da evangelização e não o contrário, a evangelização depende dos sinais. O anúncio do evangelho é essencialmente transmissão da fé pela Palavra que, por sua vez, não é simples proclamação verbal, mas uma experiência de encontro com o Senhor, que chama à conversão.

Os discípulos não podem esquecer que o Evangelho é de Jesus, o Cristo, Filho de Deus (Mc 1,1), e, por isso, afastar-se ou deformar aquilo que o próprio Senhor estabeleceu como conteúdo essencial do seu anúncio é trair a missão que lhes foi confiada. Marcos relata no início do evangelho qual é esse conteúdo: “Cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (1,14-15). Os discípulos, em nome de Jesus, devem continuar no tempo e no espaço, ao longo da história, a mesma missão do seu Senhor. Jesus também ao proclamar o Evangelho de Deus realizou sinais que acompanhavam tal anúncio.

1. Expulsarão muitos demônios: mais do que espetáculos de exorcismos, este sinal indica que a missão tem uma autoridade que não vem dos homens, mas de Deus. O primeiro sinal que Jesus realizou no evangelho de Marcos foi justamente expulsar um espírito impuro, um endemoninhado na sinagoga de Cafarnaum (Mc 1,21-28). Na ocasião, as pessoas se admiravam: “Que isto? Um novo ensinamento com autoridade!” Por conseguinte, os missionários expulsarão os espíritos maus à medida que a sua pregação tiver coerência, o que lhes dará autoridade e, portanto, diante disso ninguém poderá resistir (Mc 13,13).

2. “Falarão novas línguas”: a expansão do Evangelho exige cruzar fronteiras não apenas geográficas, mas também culturais. A língua é mais do que um instrumento de transmissão de ideias ou conceitos teóricos, mas comunica valores, por isso, a encarnação do Evangelho exige falar novas línguas, disponibilidade para mergulhar na cultura dos destinatários da Boa Nova. Jesus também ultrapassou as fronteiras culturais e geográficas do seu “país”. No início de Marcos Jesus anuncia que deverá “falar” novas línguas: “Vamos a outros lugares, às aldeias vizinhas, a fim de pregar também ali” (1,38). Ele mesmo percorreu territórios pagãos (Mc 5,1s; 7,24).

3. “Pegarão em serpentes e se beberem algum veneno mortífero, nada sofrerão”: para um povo que convive com a necessidade de atravessar desertos, sabe muito bem que um dos grandes perigos desses lugares é ser surpreendido por animais peçonhentos, pois eles são traiçoeiros, têm agilidade e sutileza, e geralmente atacam covardemente. Por isso, a serpente tornou-se um símbolo da sedução, da traição, da falsidade. Esta advertência de Jesus garante aos seus enviados que se eles estiverem alicerçados na verdadeira fé, não se deixarão confundir nem persuadir por falsos profetas, inclusive da própria comunidade. Jesus também foi vítima de traidores e pessoas falsas. Contudo não se deixou enganar, mesmo tendo que pagar um alto preço pela coerência da missão.

4. “Imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão curados”: por fim, este sinal também acompanha a pregação de Jesus. Indica que, de fato, a Boa notícia chegou aos seus primeiros destinatários, isto é, os sofredores, doentes, marginalizados. Marcos no início do evangelho afirma que muitos enfermos eram trazidos a Jesus para que lhes impusesse as mãos (1,32; 6,5).

Celebrar a Ascensão do Senhor não é “ficar olhando para o céu”, mas nos provocar a tomar consciência da missão que recebemos do próprio Senhor que continua a nos dizer: “Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura”.

Fonte: https://www.dehonianosbre.org.br/homilias/ascensao-do-senhor–mc-16-15-20–a-missao-nao-terminou–

SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL – Ano B (P. Lucas, scj)

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Caros irmãos, no sexto domingo do tempo pascal, Ano B, a liturgia nos apresenta a exata continuação do evangelho do domingo passado e nos convida à união com Jesus através dos laços da amizade (cf. Jo 15,9-17). Abramos nosso coração ao Senhor para que amados, sejamos capazes de amar.

O Senhor Jesus nos indica o modo de permanecer no Seu amor: “se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor” (Jo 15,11). Note bem: nós não precisamos conquistar o amor de Deus através da obediência aos mandamentos, pois Seu amor nos foi dado: “nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10 – segunda leitura). Mas é natural que, ao nos darmos conta do amor tão extraordinário com o qual fomos amados, queiramos corresponder-lhe, desejemos permanecer n’Ele. E o critério pelo qual podemos nos guiar para isso é a obediência aos mandamentos. E “este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, diz Jesus (Jo 15,12).

Como eu vos amei. Nessa simples expressão se desfaz toda a confusão que a palavra amor pode hoje provocar: na sua realidade mais profunda, amar é se doar, pois foi isso que fez nosso Senhor: se esvaziou (cf. Fl 2,7), se entregou na cruz como vítima de reparação pelos nossos pecados (1Jo 4,10). É verdade que, pela nossa atual condição de pecado, a dedicação da vida parece mais uma perda que um ganho. Mas lembremo-nos das palavras de Jesus: “eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo 15,11). A nossa realização mais profunda está aí, no amor que se doa sem reservas porque sabe-se amado por um Amor sem limites. Em outras palavras, na amizade com Jesus – e a amizade é sempre amor em mão-dupla – encontraremos o sentido da nossa vida e a verdadeira felicidade pela qual ansiamos.

Divino Espírito Santo, enche-nos com a presença de Jesus Cristo para que n’Ele sejamos envolvidos pelo amor misericordioso do Pai! Ó Mãe Imaculada, dá-nos permanecer em teu Filho! São José, nosso protetor, dá-nos a pureza de coração.

Feliz dia das mães!

Regina Cæli, lætare, alleluia;
Quia quem meruisti portare, alleluia;
Resurrexit, sicut dixit, alleluia;
Ora pro nobis Deum, alleluia.

VI Domingo da Páscoa: Jo 15,9-17 – Se não é fecundo, não é amor!

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Por Dom André Vital Félix da Silva, SCJ.

Depois de ter apresentado a alegoria da “videira verdadeira” (V Domingo), Jesus continua o seu ensinamento aprofundando o significado e a necessidade de estar unido a Ele. Tal necessidade não é uma obrigação formal, mas um relacionamento de amor vital. Sem esta experiência de comunhão amorosa com o seu Mestre, o discípulo não poderá subsistir, tornar-se-á um galho estéril, a consequência mais terrível da sua infidelidade.

Se na primeira parte de Jo 15 (1-8) evidencia-se a necessidade de uma comunhão entre os ramos e a videira, nessa perícope (9-17), o assento recai sobre as consequências dessa comunhão vital, isto é, a fecundidade já acenada anteriormente. A fecundidade é consequência de uma experiência de amor autêntico, cuja prova incontestável é oferecer a própria vida: “Não há maior prova de amor do que dar a vida pelo amigo”. Esse amor declarado por Jesus tem sua origem no próprio amor, o seu Pai: “Assim como meu Pai me ama, eu também vos amo”. Jesus tem autoridade moral para dizer isso aos discípulos porque não se trata de uma afirmação teórica, mas no tempo de convivência com eles deu grandes provas dessa verdade. A primeira manifestação do amor de Jesus pelos seus amigos foi a sua eleição-chamado: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi”.

Antes mesmo de anunciar-lhe com palavras o seu amor, Jesus amou-os profundamente e, por isso, os chamou e escolheu. Só pode responder a um chamado quem, de fato, faz a experiência de ser amado por quem o chama. Seria temerário seguir alguém cujo amor não se demonstra e cujas provas sejam duvidosas. Jesus não fez declarações de amor aos seus discípulos para que se convencessem disso e o seguissem, mas antes de tudo amou-os profundamente e até os extremos (cf. Jo 13,1). Contudo, a experiência do amor não é pontual, acabada, mas acontece num dinamismo que exige reciprocidade, acolhimento, perseverança e compromisso. Por isso, o Mestre após reafirmar o seu amor pelos seus amigos, adverte-os: “Permanecei no meu amor”. 

Muito significativo este verbo “permanecer” (grego: mevw, estabelecer convivência, estar com, habitar junto, residir). Nessa perícope aparece 4 vezes (mas em todo o capítulo 15 são bem mais). É o verbo usado no início do IV Evangelho para indicar a primeira experiência que os primeiros discípulos de Jesus tiveram com ele: André e o outro discípulo “permaneceram com Ele” (Jo 1,39). Portanto, esta é a atitude fundamental do discípulo: sem permanecer com o Mestre, não poderá fazer a experiência do seu amor. Por outro lado, estar com o Mestre não significa compartilhar com ele um espaço afetivo ou físico, mas um compromisso: “Se observais os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Eu também observo os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor”. Restringir a experiência de amar a puro sentimentalismo afetivo é trair o Mestre, abandonando a exigência que decorre do ser amado por Ele, isto é, amar os outros: “Eis o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros”. Tal mandamento tem um critério inconfundível: “Assim como eu vos amei”. Destarte, não somos nós o critério do amar o próximo, não somos nós que definimos a maneira de amar-nos, mas só existe uma forma coerente de o discípulo observar o mandamento do Mestre: amando como Ele mesmo amou. 

A cruz é a medida do amor verdadeiro, pois é nela que Jesus reafirma sua fidelidade ao Pai e é nela que o seu amor se manifesta fecundo. Sem a cruz o amor de Jesus teria sido apenas uma proclamação teórica, um anúncio não realizado plenamente; a cruz abraçada por Jesus foi transformada na árvore mais frutífera plantada neste mundo. Os seus frutos se multiplicaram ao longo da história e dela se alimentaram tantos outros discípulos que, enxertados nela, produziram muitos frutos.    

Ao chamar de amigos e não de servos os seus discípulos, Jesus não está propondo um relacionamento light, sem muitas exigências, uma amizade puramente afetiva. Mas contrapondo o amigo ao servo (grego: philoi x douloi), Jesus os declara livres, pois não foram chamados para uma subserviência da Lei, mas para a experiência do autêntico amor que liberta. Jesus glorificou o Pai na cruz, os discípulos são chamados a glorificar o Pai pelos frutos que produzem. O amor de Jesus tornou fecundo o seu sacrifício na cruz; o amor dos discípulos fecunda a sua vida e produz muitos frutos. Não basta apenas afirmar que se ama, se este amor não é fecundo, não passará de uma ilusão que escraviza os supostos amantes.

Fonte: https://www.dehonianosbre.org.br/homilias/vi-domingo-da-pascoa–jo-15-9-17–se-nao-e-fecundo-nao-e-amor-

REGINA CAELI (02/05/2021) – Papa Francisco

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Praça São Pedro – Domingo, 2 de maio de 2021

Estimados irmãos e irmãs bom dia!

No Evangelho deste 5º Domingo de Páscoa (Jo 15, 1-8), o Senhor apresenta-se como a verdadeira videira e fala de nós como os ramos que não podem viver sem permanecerem unidos a Ele. Diz assim: «Eu sou a videira; vós, os ramos» (v. 5). Não há videira sem ramos, nem vice-versa. Os ramos não são autossuficientes, mas dependem totalmente da videira, que é a fonte da sua existência.

Jesus insiste no verbo “permanecer”. Repete-o sete vezes no trecho do Evangelho de hoje. Antes de deixar este mundo e ir para o Pai, Jesus quer assegurar aos seus discípulos que podem continuar a estar unidos a Ele. Diz: «Permanecei em mim e Eu em vós». (v. 4). Este permanecer não é um permanecer passivo , um “adormecer” no Senhor, deixando-se embalar pela vida. Não, não é isto! O permanecer n’Ele, o permanecer em Jesus que Ele nos propõe, é um permanecer ativo, e também recíproco. Porquê? Porque sem a videira os ramos não podem fazer nada, precisam da seiva para crescer e dar fruto; mas a videira também precisa dos ramos, porque o fruto não brota do tronco da árvore. Trata-se de uma necessidade recíproca, de um permanecer mútuo para dar fruto. Nós permanecemos em Jesus e Jesus permanece em nós.

Antes de mais, precisamos d’Ele. O Senhor quer dizer-nos que antes de observarmos os seus mandamentos, antes das bem-aventuranças, antes das obras de misericórdia, é necessário estarmos unidos a Ele, permanecer n’Ele. Não podemos ser bons cristãos se não permanecermos em Jesus. Ao contrário, com Ele podemos tudo (cf. Fl 4, 13). Com Ele, podemos tudo.

Mas também Jesus, como a videira dos ramos, precisa de nós. Talvez pareça ousado dizer isto, e então perguntemo-nos: em que sentido Jesus precisa de nós? Ele precisa do nosso testemunho. O fruto que, como ramos, devemos dar é o testemunho da nossa vida cristã. Depois de Jesus ter subido ao Pai, é tarefa dos discípulos — é a nossa tarefa — continuar a anunciar o Evangelho, com palavras e obras. E os discípulos — nós, discípulos de Jesus — fazemo-lo, dando testemunho do seu amor: o fruto a dar é o amor. Unidos a Cristo, recebemos os dons do Espírito Santo, e assim podemos fazer o bem ao próximo, fazer o bem à sociedade, à Igreja. A partir do fruto, reconhecemos a árvore. Uma vida verdadeiramente cristã dá testemunho de Cristo.

como podemos conseguir isto? Jesus diz-nos: «Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á feito» (v. 7). Também isto é ousado: a garantia de que o que pedirmos nos será dado. A fecundidade da nossa vida depende da oração. Podemos pedir para pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas com o olhar de Jesus. E assim, amarmos os nossos irmãos e irmãs, começando pelos mais pobres e sofredores, como Ele fez, amando-os com o seu coração e trazendo ao mundo frutos de bondade, frutos de caridade, frutos de paz.

Confiemo-nos à intercessão da Virgem Maria. Ela permaneceu sempre totalmente unida a Jesus e deu muito fruto. Que Ela nos ajude a permanecer em Cristo, no seu amor, na sua palavra, para testemunhar no mundo o Senhor Ressuscitado.


Depois do Regina caeli

No final da antífona mariana, o Papa recordou a beatificação de José Gregório Hernández Cisneros, desejou boa Páscoa aos fiéis das Igrejas orientais, falou do mês mariano, apelou a favor de Myanmar, expressou proximidade à população de Israel pela tragédia no monte Meron e encorajou o compromisso da associação “Meter” a favor dos menores vítimas de violências.

Na sexta-feira passada, em Caracas, Venezuela, foi beatificado José Gregório Hernández Cisneros, fiel leigo. Era um médico, rico em ciência e fé. Soube reconhecer o rosto de Cristo nos doentes e, como Bom Samaritano, socorreu-os com a caridade evangélica. Que o seu exemplo nos ajude a cuidar daqueles que sofrem no corpo e no espírito. Um aplauso ao novo Beato!

Transmito os meus melhores votos aos nossos irmãos e irmãs das Igrejas Ortodoxas e das Igrejas Católicas Orientais e Latinas que hoje, segundo o calendário juliano, celebram a Solenidade da Páscoa. O Senhor Ressuscitado os encha de luz e paz, confortando as comunidades que vivem em situações particularmente difíceis. Feliz Páscoa para eles!

Entramos no mês de maio, no qual a piedade popular manifesta de muitas maneiras a devoção à Virgem Maria. Este ano será marcado por uma “maratona” de oração através de importantes Santuários marianos para implorar o fim da pandemia. Ontem à noite teve lugar a primeira etapa, na Basílica de São Pedro.

Neste contexto, há uma iniciativa que me é muito querida: a da Igreja birmanesa, que nos convida a rezar pela paz, reservando diariamente uma Ave-Maria do Rosário por Myanmar. Todos nós nos dirigimos à mãe quando estamos em necessidade ou em dificuldade. Este mês, peçamos à nossa Mãe do Céu que fale ao coração de todos os responsáveis de Myanmar, a fim de que tenham a coragem de percorrer o caminho do encontro, da reconciliação e da paz.

É com tristeza que expresso a minha proximidade ao povo de Israel pelo acidente que ocorreu na sexta-feira passada no monte Meron, causando a morte de quarenta e cinco pessoas e numerosos feridos. Asseguro a minha recordação na prece pelas vítimas desta tragédia e pelos seus familiares.

Hoje o meu pensamento dirige-se também à Associação Meter , e encorajo a continuar o seu compromisso a favor das crianças vítimas de violência e de exploração.

E por fim, saúdo de coração todos vós aqui presentes, queridos romanos e peregrinos de vários países. Saúdo em particular os membros do Movimento Político pela Unidade, fundado por Chiara Lubich há 25 anos. Os melhores votos e bom trabalho ao serviço da boa política!

Desejo bom domingo a todos! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!

Fonte: http://www.vatican.va/content/francesco/pt/angelus/2021/documents/papa-francesco_regina-caeli_20210502.html

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