Olá amigos!

Iniciando o novo ano litúrgico, também começamos um novo ciclo de reflexões, conforme Frater Lucas já adiantou em seu último texto, sobre as catequeses do Beato João Paulo II, a chamada Teologia do Corpo.

Neste primeiro texto, somos chamados a refletir sobre uma realidade muito comum em nosso cotidiano, porém, que não corresponde à vontade de Deus, o divórcio.

No Evangelho de Mateus, Jesus é questionado pelos fariseus quanto a esse assunto e responde: “O Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher, e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne. Portanto, já não são dois, mas uma só carne. Pois bem, o que Deus uniu, não o separe o homem”. “Por que foi então, perguntaram eles, que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio ao repudiá-la?”. “Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.” [1]

No princípio, como se refere Jesus, Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança [2], para unirem-se um ao outro, envoltos por um elo sagrado selado no altar (quem dera todos tivessem essa ciência, antes de comprometerem-se por este ato).

Ao unir-se em matrimônio na Igreja, o Senhor testemunha a promessa de um noivo Aliançaspara o outro de que vai empenhar-se em fazer o outro feliz, mais do que se empenhará em ser feliz, que abrirá mão de si mesmo em prol do outro, estando ciente de que é uma “só carne”, como diz o Senhor.

O casamento que não tem o Senhor como centro já começa errado. Relacionamentos não são fáceis, aceitar os defeitos e os erros do outro, muito menos. Aqueles que se casam sem firmar primeiramente um compromisso com Deus, não resistem às tribulações. A sociedade diz: “não deu certo, separe-se”, mas Deus diz: “Permaneçam firmes, estou junto de vocês.”

O Beato João Paulo II estará conosco ao longo das próximas reflexões para nos elucidar sobre a profundidade das palavras de Jesus no Evangelho que nos exortam a amar incondicionalmente à àquele que se escolheu para compartilhar a vida. Para tanto, é necessário um bom tempo de preparação e acompanhamento espiritual para que o casal tenha condições de conhecer um ao outro e descobrir se compartilham do mesmo desejo de servir e seguir a Deus juntos. Um casamento feliz se constrói sobre rocha firme para que as tempestades, quando vierem, não o derrubem.

O mundo das celebridades trata como “normal” os vários divórcios de suas estrelas e de seus astros, mas quando os holofotes se apagam ninguém sabe como é de verdade. Nessas horas, todas as pessoas sofrem da mesma forma e os filhos também.

Em muitos casos, através de uma investigação mais profunda, a Igreja identifica a validade ou não de um casamento, considerando-o nulo por várias razões possíveis e, nessas situações, é sempre bom consultar um padre, pois ninguém melhor para orientar nesse momento.

A Igreja não é indiferente ao sofrimento daqueles que já viveram um casamento que não deu certo, e, no entanto, querem viver de forma correta e coerente com a fé. Ela acolhe essas pessoas, mas quer evitar que outros casais cometam os mesmos erros, sendo acusada de intolerante e antiquada, o que ela não é. Deus ama o homem e a mulher, os criou à sua imagem e semelhança, para amar como Ele ama. O divórcio fere esse objetivo de Deus para nós e por isso a Igreja é contra, Ela é e sempre será contra tudo o que fere a criação de Deus, o ser humano.

Que o Senhor nos guarde sempre em teus caminhos, nos oriente e nos ilumine sempre em direção à sua vontade e que saibamos esperar o melhor de Deus para nossas vidas, amém!

Boa semana a todos!

 

 

BEATO JOÃO PAULO II, Audiência Geral, 5 de setembro de 1979, Em colóquio com Cristo sobre os fundamentos da família, disponível em: <http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1979/documents/hf_jp-ii_aud_19790905_po.html>.

[1] Mt. 19,3 ss.; Mc. 10,2 ss.

[2] Gn 5,2.