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A VIDA NA TERRA PRÉ-ANUNCIA A VIDA QUE TEREMOS NA ETERNIDADE – Por Fabiana Theodoro.

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Olá, amigos!

Que bom contarmos novamente com sua visita!

Hoje continuamos as reflexões sobre o Catecismo da Igreja, cujo tema é a vida eterna. Como professa o nosso Credo, a vida eterna é a realidade além da vida física, onde cumprimos nossa vocação primeira, a de filhos amados de Deus que são chamados a se unirem novamente a Ele. Nós viemos de Deus e para Ele devemos retornar.

A morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo. O Novo Testamento fala do juízo, principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Mas também afirma, reiteradamente, a retribuição imediata depois da morte de cada qual, em função das suas obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro e Pobre Lázaro e o rico (parábola)a palavra de Cristo crucificado ao bom ladrão, assim como outros textos do Novo Testamento, falam do destino final da alma, o qual pode ser diferente para uma e para outra [1].

O modo como vivemos aqui na terra já é um pré-anuncio do que viveremos na eternidade, determinando o nosso destino após a morte. Cada homem recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre [2].

A vida que vivemos não é eterna. Precisamos nos lembrar de onde viemos: somos cidadãos do céu e é para lá que queremos voltar um dia. Porém, quando se deixa ser levado pela vida que o mundo prega, fazendo tudo o que se tem vontade sem medir as consequências, sem levar em consideração a vontade de Deus, esquecendo-se Dele, deve-se tomar muito cuidado, pois talvez não haja tempo para arrependimentos depois.

A vida é muito breve, não se sabe a hora que Deus tomará de volta a vida que nos foi emprestada, nós só temos o hoje para nos arrepender e retomar o caminho certo, amanhã pode ser muito tarde.

O Céu é o lugar de encontro definitivo da alma com os anjos, os santos, os bem-aventurados, a Virgem Maria. É o lugar de comunhão eterna com a Santíssima Trindade, a volta definitiva para casa dos que passaram pela morte santamente ou foram purificados dos seus pecados no purgatório.

Cada qual receberá de Deus a eternidade que já começou a construir aqui na terra. Para os justos, a eternidade será contemplar Deus face a face, unindo-se aos santos na intercessão pelos que ainda caminham na terra.

Que o Senhor olhe para o grande desejo de nosso coração de poder encontrá-lo em sua santa glória, e que por sua imensa bondade, tenha misericórdia de nós, completando o que nos falta em merecimento com a sua graça, amém.

 

 

[1] CEC 1021.

[2] CEC 1022.

“QUEM NÃO ESTÁ PRONTO PARA BEM MORRER, CORRE GRANDE PERIGO DE MORRER MAL” (São João Bosco) – Por Luiz Guilherme Andrade Menossi.

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Olá, queridos amigos. Sejam novamente bem vindos ao CommunioSCJ.

Adentrando no último artigo do Símbolo dos Apóstolos é chegada a hora de meditarmos sobre a Vida Eterna. Essa é nossa , mas é também nossa Esperança. Esperança de que saindo dessa vida passageira, cheia de altos e baixos, possamos mergulhar na Vida em plenitude. Mas como alcançá-la? A resposta é óbvia, mas nem por isso fácil. Nas palavras de São Francisco: “é morrendo que se vive para a Vida Eterna”.

Na morte corporal há uma separação: corpo e alma tomam destinos diferentes. O corpo encontra seu fim, a corrupção. Já a alma, imortal, se encontra com o Justo Juiz. A esse encontro entre a alma e Deus, que acontece tão logo um homem morre, chamamos Juízo Particular. Conforme ensina a Igreja, é nesse momento que “cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna” [1]. É o que atesta São Paulo, quando diz que os homens morrem uma única vez e “depois vem o julgamento” (Hb 9,27). É o que atesta o próprio Jesus, quando diante da súplica do bom ladrão lhe responde “hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43).

Céu, inferno ou purgatório são os caminhos que a alma de cada ser humano pode tomar depois desse julgamento. Melhor do que caminhos a tomar, na verdade, seria mais correto dizer que são os caminhos a continuar, pois o Juízo Particular é Ressurreição de Lázarosempre um reflexo da vida que se levou na terra. Deus respeita nossa liberdade! Se morremos caminhando para Deus, para Ele iremos. Se morremos fugindo de Deus, para longe dele iremos. E esse não é um mero detalhe. Mudar o caminho na última hora, com a morte batendo à porta, não é tarefa simples. O Catecismo sabiamente nos recorda que “a morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo” [2].

Os materialistas podem fingir que a morte não virá ou que ela é algo natural, facilmente aceitável. Mas nós cristãos sabemos que ela virá, que é salário do pecado (cf. Rm 6,23) e que é o momento decisivo das nossas vidas. A maneira com a qual nos encontramos com Deus no Juízo define como passaremos a Eternidade. Por isso os Santos Padres ensinavam a pensar diariamente na morte: para nos prepararmos.

Viver como se a morte não fosse chegar é uma grande insensatez. Dizia São João Bosco aos jovens: “Embora seja incerto o lugar e a hora de sua morte, porém é muito certo que ela virá” [3]. Por isso o grande santo da juventude exortava os jovens a se prepararem para esse momento. Ensinava que a ideia de “deixar para se converter depois”, nada mais é do que artimanha do Diabo para perder as almas. Chamando seus filhos espirituais à realidade de que a morte pode vir a qualquer momento, escreveu:

“Diga-me, filho, se tivesse que morrer neste instante, que seria da sua alma? Ai de você, se não se mantém sempre preparado! Quem não está pronto para bem morrer, corre grande perigo de morrer mal” [4].

São sábias palavras que somos também convidados a meditar. Será que temos nos preparado adequadamente para esse momento decisivo? Será que temos caminhado em direção a Deus? São perguntas que só podem encontrar a reposta no profundo de nosso coração. Perguntas que dizem respeito ao nosso interior, que ultrapassam a exterioridade dos atos e chegam à interioridade das intenções. É para respondê-las que a Igreja nos ensina a fazermos diariamente um exame de consciência. Para reconhecermos como todos os dias com nossos “pensamentos e palavras, atos e omissões”, damos passos para longe do Senhor. E para que à luz dessa descoberta mudemos de vida!

Que a nossa morte seja uma importante baliza para nossa vida. Ouçamos mais um conselho do grande São João Bosco: “Teme grandemente pela sua alma e pense que do viver bem depende uma boa morte e uma eternidade de glória” [5].

Que pela intercessão da Santíssima Virgem o Senhor nos ajude a viver bem, caminhando em sua direção. Que Ele nos livre de uma morte repentina e nos dê a graça de nos prepararmos adequadamente para o nosso Juízo.

 

 

[1] CEC (Catecismo da Igreja Católica), n. 1022.

[2] CEC, n. 1021.

[3] São João Bosco, O Cristão Bem Formado. Campinas (SP): Ecclesiae, 2010, p. 47.

[4] Idem.

[5] Ibidem, p. 49.